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  • Foto do escritorArthur Vieira

Basquete: ascensão, queda e renascimento do esporte na capital

Com uma história repleta de conquistas, o DF tenta se recuperar no basquete após temporadas difíceis


Neste 12 de outubro, além das comemorações tradicionais de dia das crianças e de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, os amantes da bola laranja comemoram o dia do basquete. Na capital, o esporte passou por sua era de ouro, mas, devido a problemas financeiros, viu a sua principal equipe encerrar as atividades. Neste ano, após muitas tentativas, Brasília conta com dois representantes na principal competição nacional, o NBB. Confira essa trajetória


O começo – Universo/BRB/Brasília

Em Brasília, o basquete profissional chegou em 2000, quando a Universidade Salgado de Oliveira montou o time Universo/BRB/Brasília. No ano de 2003 a equipe conquistou seu primeiro título da Supercopa Brasil de Basquete. O elenco contava com atletas experientes e com passagem pela Seleção Brasileira, como André Luis Guimarães Fonseca, mais conhecido como “Ratto”, Alexey Carvalho e Sandro Varejão, irmão mais velho do astro Anderson Varejão.


Um fator importante e destacado na época pelos jogadores e comissão técnica, foi o investimento de um bom patrocinador, oriundo do Banco de Brasília (BRB), a partir de um interesse que surgiu do próprio Universo. Porém, devido ao bom retorno que o time trouxe, o desejo passou a ser do banco, pois a equipe se tornou um sucesso na capital, trazendo mais uma opção de lazer para a cidade.


Em 2007 mais uma vitória para o time candango, o primeiro lugar no Campeonato Nacional de Basquete Masculino, sob o comando do técnico Lula Ferreira. O elenco já contava com velhos conhecidos, que, com o passar dos anos, iriam se tornar lendas vivas dos times da capital: Valter Apolinário da Silva, mais conhecido como Valtinho, Ratto, Arthur Belchor, Bruno Savignani, Márcio Cipriano e Maurice Spillers. O título veio com o recorde de público da época, em partida contra o Flamengo, com o total de 24.286 espectadores no ginásio Nilson Nelson, em Brasília.


Na temporada seguinte, em 2008, o time contou com mais nomes de peso na competição, como Nezinho e Alex Garcia, ambos jogadores da Seleção Brasileira. Neste ano, porém, a equipe terminou como vice no campeonato e, logo após o fim da temporada, enfrentou a saída dos dois jogadores, já que Nezinho foi defender a equipe de Limeira, e Alex saiu para buscar nossas perspectivas em um time israelense.


Em 2009, Alex retornou para a capital e, junto de Valtinho, Arthur, Cipriano e Estevam, conquistou o primeiro título na Liga das Américas, a LDA, da equipe, que estava sob o comando de Lula Ferreira. O time venceu o torneio no México no último jogo do quadrangular final, contra os donos da casa, o Halcones Xalapa. Ao final da temporada, a principal patrocinadora, a Universidade Salgado de Oliveira, encerrou suas atividades e, após isso, o time enfrentou outras três saídas, dos atletas Valtinho e Estevem, e o técnico Lula.


Época de Ouro

Em abril de 2009, foi realizada uma votação para a escolha de um mascote e o vencedor foi o Lobo Guará, por ter um vínculo com a capital. O animal passou a estampar o escudo do time e também foi adotado como símbolo da torcida organizada, a UNI. Em junho, chegou um novo patrocinador master, o Centro Universitário de Brasília, UniCEUB, no mesmo mês a equipe foi rebatizada como UniCEUB/BRB/Brasília, e assumiu as cores vermelho e branco.


Já com o novo nome e sob o comando de José Carlos Vidal, o time foi para a final contra o seu rival clássico, o Flamengo, vencendo a série por 3 a 2 e se sagrando campeão da edição 2009/2010 do Novo Basquete Brasil, o NBB, antigo Campeonato de Basquete Masculino, renomeado em 2008. Ao final da temporada, a fim de se fortalecer para a próxima, o time trouxe de volta o armador Nezinho e repatriou o ala-pivô Guilherme Giovannoni, que jogava em um time fora do Brasil.


Em 2010, a equipe arrematou dois títulos, conquistando sua primeira Liga Sul-Americana de Basquete, em final de jogo único contra o Flamengo, e também, o bicampeonato do NBB, com a vitória de 3 a 1 na série contra o Franca. Na temporada seguinte, de 2011/12, mais uma vitória no campeonato, se tornando tricampeão da competição, em um jogo contra o São José, time paulista.


Primeiros tropeços

Na temporada seguinte, 2012/13, veio o baque. O time, acostumado com a vitória, foi eliminado nas quartas de final pelo São José, que o próprio Brasília havia derrotado anteriormente. Após esse acontecimento, a equipe sofreu mais um impacto com a saída do técnico José Carlos Vidal.


Em 2013, já com o comando do técnico argentino Sergio Hernández, também conhecido como “Oveja”, a equipe candanga conquistou mais um título da Liga Sul-Americana de Basquete. Já no NBB, sofreu novamente a eliminação para seu carrasco, o São José. Ao final da temporada, mais três desfalques: Sergio, Alex e Nezinho deixaram o time.


Para a edição de 2014/15, José Carlos Vidal voltou para comandar o time, e trouxe consigo reforços: os armadores Fúlvio e Frederico Lima, o pivô Lucas Cipolini, o ala Isaac Rafael, e o assistente técnico Bruno Savignani, ex-jogador do Brasília. Porém, mesmo com as novas contratações a equipe foi eliminada nas quartas de final pelo Limeira, de São Paulo.


Em 2015, já se preparando para a temporada 2015/16, sai José Carlos Vidal e Bruno Savignani assume. Bruno, então, acrescenta mais quatro reforços para a equipe: o pivô André Coimbra, os ala-armadores Deryk Ramos e Jefferson Campos, e o ala Henrique Pilar. Com isso, a equipe conseguiu arrematar o terceiro título na Liga Sul-Americana de Basquete, mas não alcançou a consagração no NBB, sendo eliminado pelo Bauru nas semifinais. Na temporada seguinte não foi muito diferente, já passando por problemas financeiros, o time foi eliminado na segunda fase da Liga Sul-Americana de Basquete e novamente derrotado pelo Bauru nas quartas de final no campeonato nacional.


O fim de uma era

Em 2017, após sete anos de parceria, o UniCEUB deixa de ser o patrocinador master da equipe. A Terracap também cancelou sua colaboração, ficando, portanto, apenas o BRB, que tentou garantir a continuidade do clube, mas, dessa vez, com o BRBCARD. Devido a esses problemas, o time foi renomeado mais uma vez, passando a se chamar Lobos Brasília. Apesar de todos os esforços, a equipe não conseguiu comprovar a renda necessária para participar do NBB, sendo este o seu fim.


O renascimento

Parte I

Criada em 2018, a equipe do Brasília Búfalos veio com o objetivo de tentar trazer o basquete de volta, não somente para a capital, mas também para a elite nacional. Com as cores branco, azul e grená, o time utilizou um búfalo como mascote, representando, assim, força, segurança e atitude, segundo os idealizadores do clube. Entretanto, o grupo não conseguiu bons resultados na antiga Liga Ouro, que dá acesso ao NBB, e, após a eliminação nas quartas de final, encerrou suas atividades.


Em agosto do mesmo ano, uma nova equipe foi idealizada pelo dirigente do antigo Brasília Búfalos. A priori foi nomeada como Universo Brasília, pois o dirigente havia conseguido uma parceria com uma velha conhecida, a Associação Salgado de Oliveira, voltando para o NBB.

Após a disputa da edição, encerrou sua participação no campeonato na 10° colocação.


A temporada atual terminou de forma precoce, devido a pandemia do novo coronavírus, e ficaram na 13° posição. Para a próxima edição, o time foi, mais uma vez, renomeado, passando a se chamar Brasília Basquete, e assumindo as cores dourada, branca e azul, e tendo como mascote um simpático, mas imponente, alien.


Parte II

Além do Brasília Basquete, a capital conta com outro representante no NBB: o Cerrado Basquete, fundado em 2016 por Dimitri Rodrigues e Felipe Bretas. Neste mesmo ano a equipe já conquistava sua primeira boa colocação, o terceiro lugar na Liga Brasília de Basquete, antiga Braba, e, com isso, conseguiu a classificação necessária para participar da Copa Brasil Centro-Oeste, que correspondia a 3° divisão do basquete nacional. Em 2017, o Cerrado alcançou a segunda posição no torneio, o que garantiu acesso para disputar a Liga Ouro, ficando a um passo da principal competição nacional, o NBB. Em 2017, ainda, a equipe foi campeã invicta.


Em julho de 2019, o Cerrado tentou novamente uma vaga no NBB, mas, por problemas financeiros, não conseguiu confirmar sua inscrição no torneio. Em novembro, porém, tudo mudou com a chegada do patrocinador master, o BRB, garantindo assim sua presença na próxima disputa pelo acesso. No entanto, em março de 2020, na véspera da estreia da equipe no Campeonato Brasileiro de Basquete, a antiga Liga Ouro, a Confederação Brasileira de Basketball suspendeu a competição devido à pandemia do coronavírus e as medidas de isolamento social, e em julho, foi anunciado o cancelamento. Contudo, o Cerrado acabou conquistando, após a aprovação das garantias financeiras pelo Conselho de Administração da Liga Nacional de Basquete, a vaga na elite nacional do basquete, e está oficialmente na competição.


O futuro

Com dois representantes na elite do esporte nacional pela primeira vez em sua história, o DF tem esperança no Brasília Basquete e no Cerrado para retomar as memórias de conquistas do passado e trazer novas vitórias para a capital. Ambos os clubes vem com as expectativas renovadas e com elencos repletos de talento, e contam com o apoio e confiança dos torcedores locais para surpreender na nova temporada do NBB, que tem previsão de retorno para 14 de novembro.


Por Arthur Ribeiro, Arthur Vieira, Gabriella Tomaz e Rayssa Loreen

Publicada em 12/10/2020 pela Agência de Notícias Ceub

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